Campanha COSIP Não! Já pagamos tributos demais!

BRINDE AOS RUI PALMEIRENSES: PREFEITURA E CÂMARA MUNICIPAL PRESENTEIAM O POVO DE SENADOR RUI PALMEIRA COM MAIS UM TRIBUTO

Valci Melo

Em 19 de dezembro de 2002, os Deputados e Senadores aprovaram uma lei chamada Emenda Constitucional nº 39 que autoriza os Municípios e o Distrito Federal a criar a Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP).
Contudo, como deixa bem claro o artigo 149-A da Constituição Federal, os Municípios e o Distrito Federal PODERÃO instituir tal cobrança, isto é, cabem a eles decidirem a partir de uma lei própria se o povo deve ou não pagar mais um tributo.
Em Senador Rui Palmeira, como sempre tivemos governantes que zelam pelo povo, ainda em 2002 o município instituiu a COSIP, através da Lei Municipal nº 048/2002. Já em dezembro de 2010, um ano e meio após decisão da Justiça em favor da Ação Civil Pública movida pelo defensor Othoniel Pinheiro, contestando a legalidade da cobrança junto à fatura mensal e defendendo a extinção da cobrança ou a realização da mesma em códigos de barras diferentes, a Prefeitura enviou à Câmara Municipal que aprovou, em pleno recesso parlamentar, no dia 29 de dezembro, o Projeto de Lei nº 09/2010. Este, por sua vez, nada mais fez do que alterar a lei anterior, atualizando, principalmente, os valores e a forma a ser cobrada a contribuição.
De acordo com a lei aprovada pela maioria dos nossos bem intencionados vereadores, a população passa a ser responsável pelo pagamento da “iluminação das vias, logradouros e demais bens públicos” (art. 1º, parágrafo único), ficando isento de tal obrigação, apenas o Poder Público Municipal e suas atividades (art. 5º, § 2º). Ou seja, as escolas, secretarias municipais, Prefeitura, Câmara, postos de saúde, etc.
Enquanto a DefensoriaPública do Estado de Alagoas propunha a extinção da cobrança ou a isenção do tributo para toda a população que consumisse até 100 kW por mês ou estivesse inserida em algum Programa Social do Governo Federal, nossos ilustres governantes estipularam um percentual para a classe residencial baixa renda superior ao das classes residencial monofásico, rural, comercial e industrial, e definiram ainda que aqueles da citada classe que consumirem até 30 kWh (o mínimo do mínimo!) pagarão “apenas”, em cima do consumo, 26% de iluminação pública.
Como diz o ditado popular: “seria cômico se não fosse trágico”, pois enquanto a Administração Pública transfere para os contribuintes mais uma de suas obrigações básicas (Dr. Rodrigo Dantas), o povo deixa de poder comer, vestir e viver melhor. Ou será que nossos governantes desconhecem que R$ 5,00, R$ 10,00, R$ 15,00 ou seja lá o valor que for pago mensalmente pelo povo de iluminação pública fará falta na mesa dos rui palmeirenses? Acham eles que pagar, como recentemente divulgou uma pesquisa da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), numa conta de R$ 100,00, R$ 25,90 de tributos (PIS/COFINS, ICMS) fora a COSIP é pouco para instituir uma nova forma de explorar o povo?
Parece que sim! Por isso, chegou a hora de dizer aos nossos governantes que não estamos satisfeitos com isso e que queremos exercer diretamente o nosso poder de decidir sobre o que é melhor para o município! E uma das formas de fazê-lo é participando da Iniciativa Popular pela Extinção da COSIP no município de Senador Rui Palmeira. Trata-se de um abaixo assinado para apresentação à Câmara de Vereadores de um Projeto de Lei de Iniciativa Popular revogando a Lei nº 09/2010. Para fazer isso, precisamos de, no mínimo, 5% de assinatura do eleitorado municipal, o que corresponde atualmente a cerca de 400 assinaturas. Assine, colete assinaturas, divulgue o projeto! A vitória ou a derrota atingirá diretamente a todos nós! Diga Não à COSIP! Apague essa ideia!

Os desafios do Controle Social

CONSELHOS MUNICIPAIS DE CIDADANIA: DE OLHO NO SERVIÇO PÚBLICO!


Valci Melo
valcimelo@hotmail.com
            Desde 1988, o Brasil tem buscado vivenciar um modelo de gestão pública que considere mais as necessidades da população na hora do planejamento, execução e avaliação dos serviços públicos.
            Um desses instrumentos são os Conselhos de Cidadania que existem nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal). Eles são formados de modo que sua composição expresse os interesses da chamada sociedade civil, representada através de grupos “organizados” (associações, sindicatos, igrejas, ONGs, etc.), e os anseios do governo que nestes se faz presente por meio de pessoas ligadas, principalmente, no caso municipal, às secretarias.
            Em Senador Rui Palmeira, ao menos no papel, temos atualmente 06 conselhos, sendo eles: Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS), Conselho Municipal de Saúde (CMS), Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS), Conselho Municipal de Alimentação Escolar (CMAE) e Conselho Municipal de Acompanhamento Social do FUNDEB (CMAS-Fundeb).
            Cada um desses espaços tem a responsabilidade de, ao menos, uma vez por mês reunir-se para debater e avaliar as ações do setor ao qual está ligado (saúde, educação, agricultura, etc.), tomando as providências que lhe cabe.
            Entre o final de 2011 e o início de 2012, grande parte desses Conselhos estarão sendo renovados. E este é um momento importante para garantir que os representantes das associações, sindicato, ONG, Igreja, etc. nestes espaços sejam: 1) pessoas que tenham, pelo menos, uma preparação básica para ocupar o Conselho; 2) pessoas que tenham compromisso com o povo, e não, “puxa sacos” do governo, pois, já bastam as vagas destinadas à gestão.
            Se você deseja ver políticas públicas que melhor correspondam às necessidades da população, procure se informar quem são as pessoas que compõem cada um desses conselhos, de onde elas são, que organizações representam e o que está acontecendo em cada um deles. E se você quer fazer parte de algum desses Conselhos, fique atento e se organize para ocupá-lo, pois a participação consciente, competente e planejada faz a diferença!

Ilhados no semiárido!

ILHADOS NO SEMIÁRIDO

Senador Rui Palmeira, embora seja um município localizado no médio sertão alagoano, onde as chuvas são periódicas e escassas, tem a “mordomia” de há anos conviver com um fenômeno que, para a região onde se localiza, não deve ser comum nem natural: ficar totalmente ilhado devido aos riachos. Para entrar e/ou sair do município via cidade, é preciso atravessar o ex-Riacho Grande. 

No entanto, em virtude do estado como este riacho se encontra, sobretudo no que se refere ao alto n í v e l d e d e sma t ame n t o das matas ciliares e assoreamento do seu leito, bem como, pelo fato de n ã o e x i s t i r nenhuma ponte q u e d ê a o s h a b i t a n t e s condições de passagem independentemente da situação climática, este acesso tem se constituído, há anos, num risco à vida daqueles que precisam cruzálo.

Não bastasse a inteligência arquitetônica de gestões anteriores que construíram uma travessia por onde a água tem que passar por cima, temos que suportar a indiferença dos governantes atuais diante de um caso de tamanha relevância. É privilegiado o ruipalmeirense que ainda não teve o desprazer de ficar horas e horas esperando a água baixar, inclusive durante a noite, ou que não precisou cancelar os compromisso dentro ou fora do município porque não teve condições de atravessar o riacho. 

Se isso acontecesse uma vez na vida, até seria entendido como fatalidade e buscar-se-iam outras explicações. Mas, infelizmente, diante da situação visível do riacho e da repetição, ano a ano, de casos de transtorno pelo isolamento e/ou pequenos acidentes daqueles que se arriscam em ultrapassar, não podemos falar de outra coisa senão do descaso do governo municipal e da despolitização da população.

Penso não ser interessante ficar de braços cruzados esperando algo maior e pior acontecer. Imagine alguém precisando ser urgentemente socorrido ter que esperar a noite inteira e/ou parte do dia para atravessar a principal passagem do município!