Valci Melo
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Minha gente
preste atenção
Que agora vamos
falar
Sobre a festa
de São João;
Um evento
popular
Que deixou de
ser pagão
Quando a Igreja
de então
O resolveu
batizar.
Na parte Norte da
Terra,
Inclusive em Portugal,
Anunciava o
Verão
De forma
especial.
Competia com o
sermão,
Mas a Igreja pôs
a mão
E mudou o
ritual.
Daí nasceu o
enredo;
A festa em tom
cristão.
No fim deixaram
São Pedro.
No comando São
João.
Santo Antônio, sem
segredo,
É o mais tímido
no folguedo,
Mas do amor é o
chefão.
E a gente do
Brasil
Como entrou nessa
História?
Não moramos na
Europa...
Nosso Verão não
é agora...
Como o povo
descobriu
Esse ritual
sutil
Pra celebrar
desde outrora?
Foi com a
colonização,
Com a invasão
portuguesa,
Que aqui chegou
o São João,
Como se diz com
franqueza.
E com a
contribuição
Que recebeu do
povão
Tornou-se essa beleza.
Seus símbolos,
como sabemos,
Não são usados
em vão,
Valem além do vemos,
Pois fazem
encenação.
Deles também falaremos
E até
explicaremos
A sua
definição.
A quadrilha era dançada
Por duas duplas
na França,
Por isso era
assim chamada.
E eram os ricos
na dança...
Aqui ela foi
mudada,
Ganhou passos e
moçada
E festeja a
esperança.
O casamento
caipira
Torna o real
engraçado:
O noivo bêbado
não gira.
A noiva grávida
é pecado.
O pai bravo só
delira,
O delegado é uma
mentira.
E o padre é um
depravado.
Já a fogueira
sagrada
Relembra um
caso fiel:
Dizem que marca
a chegada
Do filho de
Isabel,
Prima da
Abençoada,
A qual ficou
informada
Pela fumaça no
céu.
As simpatias
dão sorte,
Sobretudo, no
amor.
As crenças
relevam o norte.
As comidas dão
sabor
E deixam o povo
mais forte.
Já os balões
causam morte,
Incêndio e
muita dor.
Os fogos dizem
que acordam
O dorminhoco
João.
Dizem também
que eles rogam
Em busca de
proteção.
Só sei que eles
me incomodam
E que meus gritos
não vogam
Diante da
tradição.
É este, pois, o
São João:
O carnaval do
Nordeste!
A festa que o
povão
Comemora no
agreste,
No litoral, no
sertão...
Se foi do
Norte, hoje, então,
Pertence ao
“cabra da peste”.
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